Em diversos estados dos Estados Unidos, mudanças nas regras eleitorais estão dificultando o acesso às urnas para determinados grupos de eleitores. Desde a última eleição, na Geórgia, um dos estados decisivos, foram implementadas medidas que limitam o direito de voto, como a possibilidade de contestar registros de eleitores e a redução de caixas para votação antecipada em áreas com grande número de eleitores negros e democratas. Iniciativas semelhantes foram adotadas em estados como Alabama, Virgínia, Indiana e Texas, especialmente após a vitória apertada de Joe Biden em 2020, apoiada por eleitores afro-americanos.
Pelo menos nove estados modificaram suas regras de forma significativa em comparação com quatro anos atrás, o que pode impactar o resultado das eleições presidenciais. Algumas das alterações incluem exigências mais rigorosas para a identificação dos eleitores. Na Carolina do Norte, por exemplo, é necessário apresentar uma cópia de um documento com firma reconhecida ou obter assinaturas de testemunhas ao votar pelo correio, o que tende a afetar eleitores que costumam usar esse método, principalmente democratas. Outras legislações tornaram o voto pelo correio mais complicado em 22 estados, e 17 deles passaram a exigir documentos de identificação mais restritivos.
Nos Estados Unidos, onde não há um documento único de identificação nacional, a aceitação de certos documentos varia de estado para estado, criando barreiras para algumas comunidades. Enquanto em estados como o Texas, o porte de arma é aceito como documento válido para votar, a carteira de estudante não é, mesmo sendo aceita em outros 20 estados. Isso afeta desproporcionalmente os eleitores mais jovens e negros. Apesar disso, o voto antecipado tem sido uma alternativa que atrai muitos eleitores, como evidenciado pelo recorde na Geórgia, destacando a importância das eleições para o futuro das gerações.