O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou sua viagem à Europa a pedido do presidente Lula, permanecendo em Brasília para focar em questões internas. A alteração na agenda ocorre em um momento de pressão do mercado por avanços nas propostas de revisão de gastos, que a equipe econômica prometeu apresentar após as eleições municipais. A instabilidade nas contas públicas e as preocupações do mercado externo têm contribuído para um aumento nas taxas de juros e a valorização do dólar.
Haddad já havia declarado que um atraso na apresentação das novas medidas não prejudicaria a revisão fiscal e poderia até melhorar sua qualidade. Contudo, a situação econômica continua a gerar uma percepção negativa, levando a um ambiente de incerteza em relação às finanças do governo. O ministro confirmou que as mudanças propostas precisarão ser aprovadas por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), embora não tenha detalhado quais serão essas medidas ou quando serão anunciadas.
O governo está explorando várias frentes para alterar a estrutura de gastos, incluindo a flexibilização de repasses a fundos e a criação de um limite de 2,5% acima da inflação para o crescimento de determinados gastos. Além disso, discutem-se mudanças em políticas públicas consideradas onerosas, como o seguro-desemprego e o abono salarial, com o intuito de controlar o fluxo de pagamentos a benefícios específicos. Muitas dessas propostas já tinham sido divulgadas anteriormente, indicando uma preocupação contínua com a sustentabilidade fiscal.