A reunião conjunta da Liga Árabe e da Organização de Cooperação Islâmica, realizada em Riad, destacou a transformação diplomática em curso no Oriente Médio. O príncipe saudita condenou as ações israelenses em Gaza como genocídio, refletindo a crescente crítica da Arábia Saudita a Israel e seu esforço de reaproximação com o Irã. Desde a retomada dos laços diplomáticos entre sauditas e iranianos em 2023, ambos os países têm explorado interesses comuns para reduzir tensões e estimular suas economias, embora as divergências históricas persistam.
A Arábia Saudita busca consolidar sua posição como liderança regional, apostando em uma estratégia de estabilidade para avançar seu plano Vision 2030. Além de melhorar relações com o Irã, Riad também trabalhou para mediar conflitos regionais, como a trégua no Iêmen e o resgate da Síria na Liga Árabe. No entanto, a guerra entre Israel e Gaza, além das tensões no Líbano, ameaça seus esforços. O apoio da opinião pública saudita à causa palestina levou Riad a adotar uma posição mais firme, exigindo a solução de dois Estados como condição para normalizar relações com Israel.
A possível reeleição de Donald Trump nos EUA adiciona incertezas à diplomacia saudita. Com relações históricas próximas a Trump, a Arábia Saudita vê oportunidades de retomar negociações de paz na região, mas teme a influência americana em apoio irrestrito a Israel. Por outro lado, a postura mais conciliatória do Irã, sob nova liderança, reforça a busca por um equilíbrio de poder. Apesar dos avanços, a estabilidade na região depende de concessões mútuas e de soluções concretas para o conflito palestino, um tema central para a legitimidade regional da Arábia Saudita.