A vazão do rio São Francisco, conhecido como Velho Chico, sofreu uma redução alarmante de mais de 60% nos últimos 30 anos, segundo um estudo da Universidade Federal de Alagoas. Em 1991, o rio tinha uma vazão superior a 4.500 m³/s, mas atualmente, em períodos de seca extrema, esse volume caiu para menos de 1.000 m³/s. A estiagem afeta não apenas o rio principal, mas também seus 168 afluentes, levando a um cenário crítico de escassez hídrica.
As altas temperaturas e a perda acelerada da cobertura vegetal nas últimas duas décadas têm contribuído para essa diminuição. O meteorologista Humberto Barbosa destaca que a demanda por água, tanto por plantas quanto por atividades humanas, tem aumentado, agravando a situação. Essa crise hídrica não apenas impacta o ecossistema local, mas também causa dificuldades à população, que enfrenta racionamento e dificuldades no abastecimento.
Além disso, a formação de ilhas no Baixo São Francisco, entre a represa de Xingó e a foz do rio, tem levado os ribeirinhos a transformar essas áreas em roças e pastos, resultando na escassez de vegetação ao longo das margens. A falta de vegetação expõe o solo, formando bancos de areia que afetam a navegação e o transporte de carga na região. Especialistas alertam para a necessidade urgente de unir esforços em prol da recuperação e preservação do rio, a fim de garantir a sustentabilidade dos recursos hídricos para as futuras gerações.