As mudanças climáticas estão impactando a economia global de maneira significativa, com potenciais rupturas nas cadeias de suprimentos tradicionais e pressões inflacionárias crescentes, segundo avaliação do Banco Central Europeu (BCE). Durante o evento Green Swan 2024, promovido pelo Banco de Compensações Internacionais, foi destacado que o aumento das temperaturas pode elevar os preços de alimentos e serviços, afetando diretamente o custo de vida e a estabilidade econômica, caso não sejam implementadas medidas de adaptação.
Além disso, o BCE aponta que as mudanças climáticas podem influenciar o comportamento do consumidor, com impactos diretos em setores como o turismo. Em regiões muito quentes, como algumas ilhas do Mar Mediterrâneo, projeta-se uma queda de até 9% no turismo devido ao desconforto térmico, o que pode prejudicar economias locais dependentes desse setor. Esse efeito pode se repetir em outras áreas vulneráveis ao aumento das temperaturas, ampliando os desafios econômicos.
O BCE também observa que, embora traga benefícios, a digitalização pode intensificar os impactos climáticos. A inovação tecnológica, especialmente no campo da inteligência artificial e das redes inteligentes, demanda recursos naturais significativos, como água, para seu funcionamento, além de energia para veículos elétricos e autônomos. Esses desafios reforçam a necessidade de políticas sustentáveis que considerem a pressão crescente sobre os recursos naturais e busquem mitigar os efeitos das mudanças climáticas na economia global.