Ambientalistas alertam que uma proposta de lei em Mato Grosso, que visa reclassificar áreas dos biomas Amazônia e Cerrado, pode reduzir a área de reserva legal de 80% para 35%, resultando em um potencial aumento de 10 milhões de hectares de desmatamento legal para produção agrícola. O projeto, apresentado na Assembleia Legislativa, é de autoria da Comissão de Meio Ambiente e tem como objetivo melhorar a classificação das áreas, com base nas semelhanças entre diferentes tipos de vegetação.
O professor Ben Hur Junior, especialista em engenharia florestal, destacou que a proposta não leva em conta as diferenças intrínsecas entre os biomas. Enquanto as florestas possuem árvores densas e regeneração em seu subsolo, o Cerrado é caracterizado por uma vegetação aberta, com árvores mais baixas e cobertas por gramíneas. O deputado Carlos Avallone, que preside a comissão responsável pelo projeto, defendeu que a nova classificação facilitará a análise das imagens de satélite e permitirá uma melhor identificação geográfica das áreas.
De acordo com a proposta, a identificação correta das áreas respeitará a proporção de vegetações em propriedades rurais, garantindo que as regras de reserva legal sejam aplicadas conforme a composição de cada tipo de vegetação. O projeto já recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Redação e está pronto para ser apreciado pela Assembleia Legislativa, com a expectativa de votação na próxima semana.