Líderes de movimentos sociais que defendem os direitos das pessoas em situação de rua propuseram, durante o G20 Social, a criação de um novo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para a população em situação de vulnerabilidade extrema. De acordo com os ativistas, as ODS atuais não contemplam as especificidades dessa população, que, segundo levantamento apresentado no evento, soma cerca de 6,8 milhões de pessoas em situação de rua nos países do G20. O pedido reflete a preocupação de que a questão, embora relevante, ainda não é tratada como prioridade no cenário global.
O evento, liderado pelo Movimento Nacional de População de Rua (MNPR) no Rio de Janeiro, contou com a participação de autoridades governamentais e representantes da ONU. A discussão abordou a necessidade de políticas públicas mais abrangentes para lidar com os múltiplos desafios enfrentados por esse grupo. A assistente de Direitos Humanos da ONU, Aisha Sayuri, destacou que a situação de rua deve ser considerada uma prioridade social para garantir os direitos humanos globais. O secretário municipal de Assistência Social do Rio, Adilson Pires, também enfatizou a importância de uma abordagem integrada que envolva áreas como saúde, habitação e educação para enfrentar as necessidades da população em situação de rua.
Além de discutir as dificuldades enfrentadas por esse grupo, os participantes do evento reforçaram a importância de políticas que atendam às necessidades específicas das mulheres em situação de rua, que, segundo Maralice dos Santos, coordenadora do MNPR, são as mais vulneráveis a violências físicas, psicológicas e institucionais. A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, também mencionou a relevância de expandir o plano nacional para essa população, sublinhando que as melhorias propostas beneficiariam não só as pessoas em situação de rua, mas também os trabalhadores urbanos de forma geral, com a implementação de serviços básicos como banheiros públicos e pontos de acesso a água.