O caso de um jovem negro de 26 anos, morto a tiros por um policial militar à paisana em frente a um mercado na Zona Sul de São Paulo, gerou controvérsias e levantou questões sobre o uso da força e a alegação de legítima defesa. A Polícia Militar afirma que o agente reagiu ao suposto comportamento agressivo da vítima, que teria feito menção de estar armada após ser flagrada supostamente furtando produtos. O boletim de ocorrência registra que o policial disparou após a vítima colocar a mão na blusa, indicando, segundo ele, uma possível ameaça.
A família contesta a versão policial, alegando que o jovem foi vítima de execução, uma vez que teria sido atingido por múltiplos tiros, mesmo sem portar uma arma. Segundo o relato dos familiares, o jovem lutava contra o vício em drogas e apresentava comportamentos vulneráveis, e não ofereceu risco iminente ao policial. Representantes da família, incluindo a advogada, destacaram a quantidade de tiros como um indício de excesso de força, questionando a necessidade e a proporcionalidade da ação em um contexto de furto sem violência.
O caso está sob investigação pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que conduz inquérito policial para apurar as circunstâncias e obter evidências periciais. As imagens de segurança do local foram entregues às autoridades, e os laudos periciais ainda estão em análise. A situação reacende o debate sobre o uso da força letal em abordagens policiais, especialmente em casos envolvendo jovens negros nas periferias, com a família do jovem pedindo por justiça e transparência nas investigações.