O Morgan Stanley rebaixou sua recomendação para o Brasil de “neutra” para “underweight” na América Latina, refletindo preocupações com a atual situação fiscal do país. O banco acredita que o Brasil continua enfrentando um impasse fiscal que exigirá uma mudança significativa de trajetória para restaurar a confiança dos investidores. O preço-alvo do Ibovespa para o final de 2025 foi fixado em 146 mil pontos, o que implica um potencial de valorização de 14% em relação ao fechamento de quinta-feira, 14.
No cenário base, o Morgan Stanley prevê que o governo brasileiro siga avançando com ajustes fiscais gradativos, mantendo a taxa de juros alta e realizando cortes de despesas na ordem de R$ 50 bilhões. Esse movimento evitaria uma recessão, mas levaria a uma desaceleração no crescimento econômico e nos lucros. Com isso, os fluxos de capital doméstico continuariam com saídas líquidas moderadas. Já no cenário otimista, caso o Brasil consiga mudar seu modelo de crescimento para um foco maior nas exportações e investimentos, o índice poderia atingir 160 mil pontos até 2025, refletindo um crescimento sustentado, apesar de uma desaceleração econômica controlada.
Por outro lado, o cenário pessimista traçado pelo banco aponta para uma possível queda do Ibovespa para 105 mil pontos, caso o governo opte por manter os altos níveis de gasto antes das eleições presidenciais de 2026. Este cenário envolveria uma desaceleração econômica mais acentuada, com impactos negativos nos lucros das empresas e um enfraquecimento da confiança dos investidores. Além disso, o crescimento global mais fraco também prejudicaria o desempenho das commodities, representando um obstáculo adicional para a economia brasileira.