Entre janeiro e outubro de 2023, moradores do Itanhangá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, apresentaram 242 denúncias ao Disque Denúncia, destacando a atuação de grupos criminosos na região. A maioria das queixas, que somam 189, refere-se ao tráfico de drogas, especialmente nas comunidades do Morro do Banco e Muzema, enquanto 53 denúncias envolvem milícias, predominantemente em Rio das Pedras. Os registros evidenciam um aumento significativo da criminalidade na área, impulsionado pela disputa territorial entre milicianos e traficantes, que tem colocado em risco a segurança dos residentes.
As extorsões se destacam entre os crimes mais citados, com milicianos cobrando taxas mensais de comerciantes e o tráfico impondo taxas a moradores na Muzema. Um morador relatou que, mesmo aqueles que comprovaram a propriedade de seus imóveis foram forçados a pagar uma taxa mensal como “aluguel”. O clima de medo e insegurança se agrava, com relatos de expulsões de moradores que não possuem a documentação adequada, tornando a vida na região insustentável para muitos.
O governo do estado anunciou que está intensificando a presença policial na Muzema e planeja um projeto de urbanização e atendimento social para a comunidade. No entanto, moradores continuam a relatar a falta de efetividade das ações de segurança, enquanto enfrentam a realidade da violência e da extorsão que dominam a região. O secretário de segurança pública reconhece a gravidade da situação, mas a incerteza persiste, deixando a população vulnerável à criminalidade.