Uma minuta identificada como parte de um suposto plano golpista foi encontrada pela Polícia Federal com um ex-assessor de um ex-presidente, envolvendo militares de alta patente. O documento sugeria medidas legais para contestar o resultado da eleição presidencial de 2022, incluindo a decretação de estado de sítio e a implementação de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem. A minuta foi apresentada durante uma reunião em dezembro de 2022, no Palácio da Alvorada, com a presença de autoridades militares e do ex-presidente. O general responsável pela reunião afirmou que o documento estava em estudo, e o ex-presidente se comprometeu a atualizar os militares sobre a evolução do caso.
O conteúdo da minuta e as ações discutidas durante a reunião apontam para uma tentativa de questionar a legitimidade do processo eleitoral de 2022, com base em alegações de ilegalidades e injustiças nas decisões judiciais relacionadas ao processo eleitoral. Entre as críticas levantadas, estavam a atuação de membros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, e a falta de transparência nas investigações sobre as urnas eletrônicas. O documento também menciona que decisões supostamente legais poderiam ser, na prática, inconstitucionais por violarem o princípio da moralidade e por não atenderem à legitimidade esperada nas ações do poder público.
A minuta golpista reflete um movimento político que questiona a validade das decisões judiciais e propõe uma intervenção autoritária com o objetivo de restaurar o que seus idealizadores consideravam ser a “segurança jurídica” e “liberdade”. O texto cita referências históricas e filosóficas para justificar a resistência às leis e decisões tidas como injustas. Ao final, o plano sugeria medidas drásticas para reverter o resultado eleitoral, incluindo a imposição de um estado de exceção e o uso de forças militares para garantir a ordem.