Diante da recente alta do dólar, que alcançou um valor histórico, o ministro da Fazenda cancelou sua viagem à Europa e se reunirá com o presidente e o ministro da Casa Civil para discutir propostas de ajuste nas despesas do governo. Essa mudança nos planos ocorre em um contexto de pressão do mercado por uma revisão dos gastos públicos, prometida pela equipe econômica após as eleições municipais.
O governo está se mobilizando em várias frentes, sendo a revisão das despesas obrigatórias uma das principais. Essas despesas, que representam mais de 90% do orçamento federal, têm limitado a capacidade do governo de realizar investimentos e administrar a máquina pública. Uma das propostas em análise é flexibilizar a obrigação de repasses a fundos específicos, como o FNDCT, e estabelecer um limite de crescimento para alguns gastos, atrelado à inflação.
Além da revisão das despesas obrigatórias, o governo também está considerando mudanças em políticas públicas consideradas onerosas, como o seguro-desemprego e o abono salarial. Outra estratégia em discussão é o controle do fluxo de pagamentos de benefícios específicos, o que pode impactar programas como o ProAgro e o seguro-defeso. Essas ações visam criar um ambiente fiscal mais equilibrado em resposta à volatilidade do mercado financeiro.