O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, decidiu cancelar sua viagem à Europa, inicialmente programada para esta semana, a pedido do presidente Lula. Haddad permanecerá em Brasília para se concentrar nas questões fiscais do governo, em um momento de crescente desconfiança do mercado sobre o compromisso fiscal do governo e a necessidade de um anúncio sobre a revisão de gastos públicos.
A expectativa de que o ministro iniciasse sua agenda na França e seguisse para Londres, Berlim e Bruxelas foi frustrada pela falta de detalhes sobre as medidas de cortes de gastos que estão sendo discutidas. Apesar de Haddad ter mencionado um entendimento entre a equipe econômica e a Casa Civil sobre a questão, o mercado permanece ansioso por um pacote consistente de revisão de gastos, com previsões de que tais medidas possam ser apresentadas ainda em novembro.
A incerteza em torno da agenda fiscal tem contribuído para a valorização do dólar, que atingiu seu maior patamar desde maio de 2020, encerrando a última semana cotado a R$ 5,86. Economistas alertam que a pressão cambial poderá impactar a inflação, dificultando o cumprimento das metas do Banco Central para o controle de preços, e reforçam a urgência de um plano claro de revisão de gastos por parte do governo.