A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou que, mesmo com a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos, o avanço da governança climática global deve continuar. Em entrevista, Marina relembrou o papel crucial dos Estados Unidos, o segundo maior emissor de gases de efeito estufa, que enfrenta eventos climáticos extremos, como furacões recentes. Trump, que já expressou ceticismo em relação às mudanças climáticas, anteriormente retirou o país do Acordo de Paris, o que preocupa autoridades ambientais de outros países, que temem por retrocessos.
Marina enfatizou que outros países não devem arcar sozinhos com o impacto de um possível afastamento dos Estados Unidos dos esforços climáticos globais. Segundo ela, enquanto o Brasil e outras nações mantêm o compromisso com políticas de baixa emissão de carbono, a responsabilidade recai sobre os maiores emissores para que cumpram seu papel no enfrentamento da crise ambiental. Ela mencionou que a competitividade econômica global também depende da capacidade de produzir de forma sustentável, o que torna essencial a participação de todos nações no combate às mudanças climáticas.
A ministra apontou que, apesar das políticas nacionais, estados e governos locais nos EUA têm autonomia para agir em prol do meio ambiente, mesmo sem apoio federal. Ela destacou que isso permitiu avanços durante o primeiro mandato de Trump e governos anteriores, como o de George W. Bush. No entanto, reforçou a urgência de uma ação mais coordenada e alertou que o mundo se encontra em um ponto crítico, onde atrasos não são mais toleráveis.