O Ministério Público enviou ao Tribunal de Contas da União (TCU) um pedido de bloqueio de R$ 56 milhões de 37 pessoas indiciadas pela Polícia Federal por suspeita de participação em um plano para manter o ex-presidente no poder. Segundo o órgão, as articulações golpistas estão diretamente conectadas aos atos de 8 de janeiro, que resultaram em danos materiais estimados no mesmo valor. A solicitação inclui também a suspensão de salários de militares indiciados, justificando que o pagamento vai contra princípios de moralidade administrativa.
O subprocurador-geral responsável pela representação argumenta que é inaceitável que indivíduos acusados de tramarem contra o Estado continuem recebendo remuneração pública, destacando que os valores mensais pagos alcançam R$ 675 mil. Além disso, ele sugere a suspensão de qualquer remuneração subsidiada com recursos federais, como verbas partidárias. A medida busca alinhar o uso de recursos públicos com princípios de legalidade e moralidade.
A investigação da Polícia Federal, conduzida sob sigilo, aponta indícios de que os envolvidos tinham conhecimento das ações golpistas e participavam ativamente do planejamento. Os crimes atribuídos incluem golpe de Estado, abolição violenta do estado democrático de direito e organização criminosa. O Ministério Público também recomenda que o TCU solicite ao Supremo Tribunal Federal o compartilhamento completo do relatório sigiloso, reforçando a conexão entre os atos investigados e os danos ocorridos no início de 2023.