O Ministério Público de São Paulo recomendou a suspensão das obras de um túnel no Complexo Viário da rua Sena Madureira, em um projeto da prefeitura que está gerando polêmica e mobilizando ambientalistas e moradores da região. A recomendação surge devido à necessidade de estudos adicionais sobre os impactos socioambientais e urbanísticos da obra, que prevê a remoção de duas comunidades de baixa renda e a retirada de diversas árvores em um corredor verde entre os parques Ibirapuera e da Aclimação. O MP também expressou preocupação com o custo elevado da obra para os cofres públicos e os riscos ambientais associados, incluindo o impacto na fauna local.
A prefeitura, em resposta, informou que possui as licenças ambientais necessárias e que a obra atenderá a cerca de 800 mil pessoas. A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente autorizou a remoção de 172 árvores, prometendo a compensação com o plantio de mudas nativas. Porém, críticos do projeto destacam que as comunidades locais e ambientalistas não foram consultados adequadamente. Desde o início das obras, em outubro, protestos têm ocorrido, com manifestantes denunciando impactos negativos na mobilidade urbana sustentável e na preservação da vegetação local. A prefeitura alegou que tentou realizar uma reunião com a comunidade, mas o evento foi cancelado devido à superlotação do auditório.
Além das questões ambientais, a remoção das comunidades tem sido uma das principais preocupações. Embora a Secretaria Municipal de Habitação tenha se comprometido a realizar um cadastro das famílias para indenização, há temores de que os moradores não tenham condições de permanecer na região após a realocação. Para alguns ativistas e moradores, a obra representa uma política de exclusão, afastando famílias de baixa renda do local. Enchentes recentes na área afetaram casas, agravando a tensão entre os envolvidos. A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo realizou uma audiência para discutir o tema, enquanto a prefeitura mantém o prazo de conclusão da obra para setembro de 2025.
