O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) formalizou a denúncia contra um policial militar pelo envolvimento na morte de uma criança de 5 anos, ocorrida em agosto de 2023, na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro. A menina foi atingida por um tiro enquanto brincava em casa, após o PM disparar nove vezes em direção a uma comunidade próxima. Não havia, no momento dos disparos, qualquer confronto ou ameaça que justificasse a ação, segundo a denúncia. O policial utilizou um fuzil de uso restrito, um Colt calibre 556, em uma ação que colocou em risco a vida de civis, incluindo a vítima fatal.
O caso gerou grande comoção e questionamentos sobre a violência policial no Brasil, com manifestações públicas, incluindo uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que criticou o uso indiscriminado de armas e a responsabilidade das autoridades no controle da violência. Durante um programa de rádio, Lula indagou sobre o que ele considerou um ato de violência sem justificativa, questionando o impacto dessas ações sobre a população e especialmente sobre as crianças. A morte da menina evidenciou a constante preocupação com o aumento de episódios de violência envolvendo forças policiais.
Em resposta à denúncia, o MPRJ solicitou o afastamento do policial denunciado das funções externas de patrulhamento até o julgamento do caso. A medida cautelar se baseia na alegação de que um policial envolvido em disparos injustificados contra a população não pode continuar exercendo suas atividades externas sem comprometer a segurança pública. O caso segue gerando debates sobre a atuação das forças de segurança e a proteção dos direitos humanos no contexto de segurança pública no país.