O vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Nunes Marques, encaminhou para a Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) uma denúncia apresentada pelo deputado Guilherme Boulos contra o governador de São Paulo. A acusação diz respeito a declarações feitas por Tarcísio de Freitas durante o segundo turno das eleições municipais de São Paulo, em 27 de outubro. O governador afirmou que uma facção criminosa teria orientado a votação em Boulos, que acabou derrotado nas urnas. A PGE, após ser intimada em 7 de novembro, deverá manifestar-se sobre o caso antes que o ministro decida se dará continuidade à denúncia.
Os advogados de Boulos argumentam que a fala de Tarcísio configura uma conduta vedada pela legislação eleitoral, ao divulgar informações falsas e prejudiciais durante a campanha, com alto potencial de influência sobre o eleitorado. A defesa do deputado alega que a declaração teve repercussão significativa nos meios de comunicação, o que teria gerado danos ao processo eleitoral. Após o episódio, a Secretaria de Segurança Pública do estado afirmou que a Polícia Militar interceptou mensagens relacionadas à facção, indicando candidatos em outras cidades, mas o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) afirmou não ter recebido informações oficiais que confirmassem a acusação.
A situação gerou controvérsias, com aliados do governador minimizando o impacto da declaração. A defesa de Tarcísio sustentou que o governador teria elementos suficientes para esclarecer suas palavras durante uma eventual apuração. Além disso, os defensores do governador indicaram que a declaração não teria influenciado significativamente o resultado da eleição. O caso segue sendo analisado pela PGE, que decidirá se o assunto será encaminhado para investigação policial ou outras medidas legais.