O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) anunciou, no dia 26 de novembro, o lançamento do Programa AmpliAR, que visa a concessão de 51 aeroportos regionais no Brasil. O programa pretende transferir a gestão desses aeroportos para as concessionárias que já operam os grandes terminais do país, por meio de um processo competitivo simplificado. A expectativa é que o modelo contribua para a modernização da infraestrutura aeroportuária, promovendo maior integração à malha aérea nacional e atraindo investimentos de R$ 3,5 bilhões a R$ 5,3 bilhões ao longo das concessões. O Tribunal de Contas da União (TCU) já aprovou o programa, o que permite a continuidade do processo de concessão.
Os 51 aeroportos que serão concedidos estão divididos em 11 lotes, com a divisão sendo orientada pelo interesse comercial das empresas concessionárias, que poderão expandir suas operações em regiões já atendidas. A maioria desses terminais está localizada no Norte do Brasil, onde a infraestrutura aeroportuária apresenta déficits significativos. A falta de integração por rodovias torna o transporte aéreo um serviço essencial, como evidenciado pela pandemia de Covid-19, quando o transporte de oxigênio foi facilitado por aeronaves, dado que muitas regiões não são acessíveis por estradas.
O projeto representa a primeira tentativa de reestruturação abrangente dos aeroportos regionais por parte do governo federal, após tentativas frustradas em gestões anteriores. Além dos 51 terminais que serão concedidos à iniciativa privada, outros 40 continuarão sob a gestão da Infraero, com recursos públicos destinados a financiar as obras necessárias. A ampliação do programa, que pode alcançar até 81 aeroportos, dependerá da receptividade do mercado aos primeiros lotes leiloados. Com a possibilidade de aumentar a atratividade das rotas internacionais, os aeroportos do Norte e Nordeste também podem desempenhar um papel estratégico na aviação global, dado seu posicionamento geográfico.