A Minerva Foods registrou um lucro líquido de R$ 94,1 milhões no terceiro trimestre de 2024, uma queda de 33,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. O decréscimo foi atribuído ao aumento da dívida bruta, necessária para financiar a aquisição das operações da Marfrig, que incluiu o pagamento de R$ 1,5 bilhão e a emissão de bonds de R$ 6 bilhões, acumulando juros. O Ebitda, no entanto, teve um crescimento de 13,9% ano a ano, atingindo R$ 813 milhões, com margem de 9,6%. A receita líquida da empresa bateu recorde no trimestre, somando R$ 8,501 bilhões, alta de 20,3% em relação ao terceiro trimestre de 2023.
A Minerva também apresentou um aumento de 15,2% no volume de carne vendida, atingindo 384,4 mil toneladas, enquanto o abate de animais cresceu 16,9% na comparação anual. A receita bruta totalizou R$ 9,043 bilhões, impulsionada pela receita de exportação e pelo mercado interno, que registrou crescimento de 33,4% em relação ao ano anterior. O índice de alavancagem ficou em 2,6 vezes, abaixo do registrado no ano anterior. A aquisição das plantas da Marfrig, embora ainda sem impacto positivo no fluxo de caixa ou Ebitda, faz parte da estratégia de expansão da Minerva.
Apesar das incertezas em relação a possíveis políticas protecionistas nos EUA, a Minerva não projeta impactos significativos no setor de carne bovina. A oferta limitada de gado no mercado americano e os preços elevados devem manter a demanda por importação de carne. Além disso, a diversificação geográfica da Minerva na América do Sul reduz a exposição a fatores ideológicos ou protecionistas, e os executivos veem oportunidades para a carne brasileira, caso haja restrições americanas em outros setores, como automóveis e eletrônicos, especialmente de origem chinesa.