Os preços futuros do minério de ferro caíram para o menor nível em três semanas, pressionados pela estabilidade na oferta e pela perspectiva fraca do mercado de aço. O contrato de janeiro na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, fechou com queda de 1,37%, cotado a 756,0 iuanes (104,38 dólares) por tonelada, após atingir o valor mais baixo desde 24 de outubro. Na Bolsa de Cingapura, o contrato de dezembro recuou 1,81%, sendo negociado a 98,72 dólares por tonelada. A fraqueza nos preços é atribuída a um cenário de baixa demanda no mercado de aço, que continua impactado pela retração no setor imobiliário da China, principal consumidor de aço.
Por outro lado, o aumento da oferta global de minério de ferro, especialmente com o crescimento das exportações da Austrália, contribui para uma pressão adicional sobre os preços. Em outubro, o terminal de Port Hedland, na Austrália, registrou embarques de 45,6 milhões de toneladas, um dos maiores volumes para o período em quatro anos. As previsões indicam que as exportações australianas devem crescer 1,9% em 2024, alcançando 908 milhões de toneladas. No entanto, esse aumento nas exportações ocorre em meio ao acúmulo de estoques nos principais portos chineses, o que reflete um enfraquecimento do mercado e uma demanda ainda frágil por minério de ferro.
A situação das siderúrgicas chinesas, afetadas pela queda nos preços do aço e pela prolongada crise no setor imobiliário, continua sendo desafiadora. A recente adoção de medidas fiscais pelo governo chinês para estimular o mercado imobiliário, como incentivos fiscais para transações de imóveis e terrenos, pode amenizar a pressão sobre o setor. Contudo, o efeito sobre a demanda por aço e, consequentemente, sobre o mercado de minério de ferro, deve ser limitado no curto prazo, com analistas prevendo um cenário continuado de fragilidade para o mercado de aço nos próximos meses.