A Mineração Taboca, responsável pela reserva de urânio localizada na Mina de Pitinga, no Amazonas, foi adquirida pela China Nonferrous Trade Co. Ltd., uma gigante estatal chinesa, por US$350 milhões (aproximadamente R$2 bilhões). A transação foi mediada pelo grupo minerador peruano Misur, que controla a Mineração Taboca. A Mina de Pitinga, descoberta em 1979, fica na Vila Balbina, a 300 km de Manaus, e é um importante polo de extração de urânio, além de ser a maior produtora de estanho refinado do Brasil.
O urânio extraído da mina é utilizado como combustível para geração de energia nuclear, enquanto a mina também produz cassiterita e columbita. A venda foi anunciada oficialmente pela Mineração Taboca, que afirmou que a transação representa uma oportunidade estratégica de crescimento, com a possibilidade de acesso a novas tecnologias e ampliação da capacidade produtiva, tornando a empresa mais competitiva no mercado global. A China Nonferrous Mining Co. é uma das maiores produtoras de cobre do mundo, com operações em vários países, incluindo a Zâmbia, na África.
A venda gerou preocupações políticas e ambientais, principalmente por parte de representantes do Amazonas. O senador Plínio Valério (PSDB-AM) levantou questões sobre a transparência do processo e criticou a falta de debate sobre o impacto da venda da mina de urânio para uma empresa estatal chinesa. Valério questionou o interesse do governo chinês na região e destacou a possível contradição entre a agenda ambiental do Brasil e a liberação de atividades mineradoras na Amazônia. A transação e suas implicações ainda estão sendo discutidas no cenário político, especialmente quanto aos efeitos econômicos e ambientais para a região.