O presidente argentino Javier Milei, conhecido por suas críticas ao regime chinês, está prestes a se reunir com o presidente Xi Jinping, durante a cúpula do G20, em meio a uma mudança significativa em sua abordagem diplomática. Embora tenha expressado em 2023 que não faria acordos com “comunistas”, sua postura evoluiu desde sua vitória eleitoral. A China, sendo um dos maiores compradores de commodities da Argentina e uma fonte crucial de financiamento, tem ganhado importância estratégica para o país sul-americano, especialmente em tempos de crises econômicas.
Nos últimos meses, Milei suavizou seu discurso em relação à China, chegando a trocar cartas com Xi e discutir uma possível visita oficial a Pequim. Esse movimento reflete a adaptação do presidente argentino à realidade econômica e geopolítica, onde a China exerce grande influência no comércio global e no financiamento de projetos essenciais para a Argentina. Embora ainda não existam planos concretos para uma visita, a aproximação com Pequim foi marcada pela recente comunicação e pelo agendamento da reunião no Brasil.
Além disso, Milei também tem buscado fortalecer laços com os Estados Unidos, particularmente com Donald Trump, que pode ter um papel importante nas negociações da Argentina com o Fundo Monetário Internacional. O presidente argentino espera que a relação com Washington, e especificamente com Trump, facilite o processo de reestruturação da dívida de US$ 44 bilhões. Assim, enquanto se aproxima de Xi no G20, Milei deve equilibrar interesses em duas frentes diplomáticas de peso, buscando benefícios econômicos para seu país.