O Censo 2022 do IBGE revela mudanças significativas no perfil populacional brasileiro, com uma forte migração das áreas rurais para as urbanas. Nos últimos 12 anos, o Brasil perdeu 4,3 milhões de habitantes na zona rural e ganhou 16,6 milhões nas cidades. A população urbana cresceu de 84,6% para 87,4% da população total, enquanto a rural diminuiu de 15,6% para 14,3%. O ritmo de redução da população rural acelerou, com uma queda de 1,28% entre 2010 e 2022, em comparação com 0,65% na década anterior. Esse movimento reflete não apenas a migração, mas também mudanças nas taxas de fecundidade e avanços no sistema de coleta de dados.
Entre as regiões do Brasil, o Centro-Oeste foi a que mais registrou crescimento urbano, com um aumento de 19% nas áreas urbanas e uma queda de 10,5% na população rural. Esse crescimento populacional reflete um avanço considerável em relação à média nacional de 0,52% nos últimos 12 anos, com o Centro-Oeste registrando uma alta de 1,23%. A aceleração do êxodo rural foi observada em todas as regiões do país, com destaque para os estados do Pará, Maranhão, Sergipe e Alagoas, que apresentaram os maiores aumentos na população urbana. Já o Amapá e o Distrito Federal foram os únicos a registrar queda no número de habitantes urbanos.
No cenário municipal, as cidades que mais ganharam população urbana foram São Paulo e Manaus. A capital paulista teve um aumento de 282 mil moradores nas áreas urbanas, enquanto Manaus adicionou 250 mil, elevando sua população de 1,8 milhão para 2 milhões de habitantes. Embora essas cidades apresentem crescimento urbano expressivo, elas também enfrentam desafios sociais, com grande parte de sua população vivendo em áreas de vulnerabilidade, como favelas. Esse fenômeno de urbanização e concentração de população nas grandes cidades reflete um processo contínuo de mudanças estruturais no Brasil.