A proximidade das eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos trouxe um clima de incerteza, especialmente em estados-chave como Georgia, Nevada, Wisconsin e Michigan, onde as campanhas tentam persuadir os eleitores. Apesar do empate técnico nas pesquisas de intenção de voto, os mercados financeiros, especialmente os títulos da dívida pública (Treasuries), estão refletindo uma expectativa de vitória do candidato republicano. Nos últimos meses, as taxas desses títulos aumentaram significativamente, indicando que os investidores estão exigindo um prêmio maior para emprestar ao governo, em razão da possível agenda de corte de impostos que poderia aumentar a dívida pública.
O cenário fiscal americano é preocupante, com a dívida pública já ultrapassando US$ 35 trilhões. Durante a administração anterior, o déficit aumentou em US$ 7,8 trilhões, e as projeções do Gabinete de Orçamento do Congresso apontam para um possível crescimento da dívida para US$ 56,4 trilhões até 2034. Apesar da importância desse tema, ele não tem sido central nas campanhas, que focam mais em questões como imigração e a estabilidade das instituições democráticas. Os especialistas alertam que a situação fiscal insustentável poderá levar a um aumento da inflação e taxas de juros mais elevadas.
As propostas fiscais dos candidatos são distintas, com um enfoque nas isenções de impostos para aqueles que ganham até US$ 400 mil anuais por parte da candidata democrata, enquanto o candidato republicano defende a revogação de impostos sobre gorjetas e a redução da alíquota do imposto corporativo. Independentemente de quem vencer, a capacidade do novo presidente de implementar mudanças fiscais será influenciada pelos resultados das eleições no Congresso, onde os republicanos estão em uma posição favorável para manter o controle da Câmara e potencialmente conquistar mais assentos no Senado.