Paulo Leme, economista com ampla experiência em instituições financeiras como o FMI e Goldman Sachs, avalia que as propostas de Donald Trump para um possível mandato presidencial em 2025 seguem fielmente suas promessas de campanha. Entre os principais pontos destacados estão a contenção da imigração, cortes de impostos para empresas e pessoas físicas, e a imposição de tarifas de importação. Segundo Leme, essas medidas podem indicar um compromisso genuíno do republicano em concretizar um programa de governo ambicioso e disruptivo.
O economista destaca que o mercado ainda não compreendeu a magnitude dos estímulos fiscais e o impacto na valorização do dólar que essas ações podem gerar. A economia americana, já em ritmo acelerado, com crescimento robusto, baixíssimo desemprego e avanços significativos em inovação tecnológica, pode receber um estímulo fiscal excessivo, resultando em efeitos inesperados. Apesar do cenário favorável, Leme alerta que a combinação de crescimento econômico, estímulos fiscais e cortes de juros apresenta riscos inflacionários e amplia o déficit fiscal dos EUA, comparando a situação do país a economias emergentes.
Para Leme, o desafio do Federal Reserve em projetar a política monetária para 2025 será considerável, devido às incertezas geradas pelas medidas de Trump. O economista argumenta que, embora o curto prazo deva trazer estímulos econômicos, o longo prazo trará questionamentos sobre a sustentabilidade desse modelo. Ele prevê que a inflação subirá inevitavelmente, complicando ainda mais a condução da política monetária e aprofundando as fragilidades fiscais dos Estados Unidos.