Os juros futuros no Brasil fecharam em queda de mais de 20 pontos-base na tarde desta segunda-feira, influenciados pela expectativa de que o governo federal possa anunciar um pacote de contenção de despesas ainda nesta semana. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mencionou o prazo depois de cancelar uma viagem à Europa para tratar de questões internas, um pedido do presidente Lula. No cenário internacional, a queda nos rendimentos dos Treasuries e a desvalorização do dólar, impulsionadas por uma maior chance de vitória da candidata democrata Kamala Harris nas eleições norte-americanas, também contribuíram para o movimento de queda nos juros.
As taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DI) com vencimentos em 2026, 2027 e 2029 caíram significativamente. O ajuste no mercado teve início logo na abertura do pregão, com investidores reagindo ao cancelamento da viagem de Haddad, interpretado como um indicativo de maior preocupação do governo com as questões fiscais. Economistas ressaltam que, embora o risco fiscal ainda gere cautela, a percepção de desarranjo na gestão econômica diminuiu com a atitude do ministro. Mesmo sem uma melhoria estrutural na questão fiscal, o elevado nível das taxas de juros tornou o ajuste mais provável.
Haddad reforçou, ainda, que as medidas de corte de gastos devem ser anunciadas em breve, destacando a importância delas para recuperar a confiança do mercado. Especialistas do setor financeiro avaliam que, além das declarações e ações recentes do ministro, o contexto externo também trouxe alívio às taxas. O cenário internacional, com pesquisas apontando maior chance de vitória de Kamala Harris e a consequente queda dos Treasuries e do dólar, teve um efeito positivo adicional no mercado brasileiro de juros futuros.