O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta semana para definir a nova taxa Selic, com a expectativa de que ocorra um aumento de 0,50 ponto percentual, elevando-a para 11,75% ao ano. A alta reflete preocupações com a inflação e o crescimento da economia brasileira, que, embora positivo, também pressiona os preços e as expectativas do mercado. Além disso, o Copom deve avaliar a situação fiscal, que gera apreensão entre economistas e investidores.
A incerteza sobre a capacidade do governo de cumprir metas fiscais tem contribuído para a necessidade de ajustes na taxa de juros. Economistas apontam que a credibilidade fiscal é fundamental para manter as expectativas de inflação sob controle. A promessa de cortes orçamentários ainda não especificados pelo governo reforça a importância de uma política econômica estável para influenciar positivamente a percepção de risco no país. Sem um plano fiscal claro, os investidores tendem a exigir juros mais altos para investir, ampliando o desafio do Banco Central em controlar a inflação.
No cenário internacional, a robustez da economia dos Estados Unidos e as incertezas das eleições americanas representam fatores adicionais de pressão sobre o câmbio e a inflação no Brasil. A perspectiva de juros altos no exterior atrai investimentos para ativos americanos, o que eleva o valor do dólar e afeta a inflação brasileira. Diante desse contexto, espera-se que o comunicado do Copom adote um tom cauteloso e evite compromissos rígidos, mantendo espaço para ajustes futuros conforme o cenário econômico evolui.