A abertura do mercado livre de energia no Brasil, que desde 2024 permite a migração de consumidores com demanda inferior a 500 kW, está gerando uma nova dinâmica, especialmente com a adesão das Forças Armadas. O movimento de migração para esse ambiente de contratação livre envolve bases da Marinha, Exército e Aeronáutica, com estimativas de economia de até R$ 160 milhões até 2030. A Marinha, por exemplo, já assinou contratos para a migração de 18 bases em diferentes estados do país, com empresas como a Matrix Energia ganhando destaque nas licitações para fornecer eletricidade para essas instalações.
Além das Forças Armadas, outros setores públicos também estão buscando ingressar no mercado livre para reduzir seus custos com energia elétrica. A mudança para o mercado livre pode representar uma economia superior a 30% nos gastos com eletricidade, o que impacta positivamente os cofres públicos. O consumo de energia por órgãos públicos é significativo, representando cerca de 3% de toda a eletricidade do país, o que impulsiona o interesse de comercializadoras em atender a esses clientes.
O setor de energia também observa um movimento de consolidação, com fusões e aquisições entre empresas. A tendência, comparada com o que ocorreu no mercado de telecomunicações nos anos 2000, é vista como uma forma de garantir maior competitividade e eficiência. Com a possível ampliação do mercado livre para consumidores residenciais, as expectativas são de que o ambiente se torne ainda mais dinâmico, com um aumento da participação de empresas e consumidores buscando alternativas mais vantajosas em termos de custos e serviços.