Após nove anos de intensas negociações, a Cúpula do Clima (COP29), realizada em Baku, Azerbaijão, aprovou documentos fundamentais para a implementação de um mercado global de carbono. Esse mecanismo, considerado uma ferramenta importante para combater as mudanças climáticas, possibilitará que países e empresas adquiram créditos de carbono para compensar emissões que não conseguem reduzir. A decisão foi celebrada como um avanço significativo tanto por nações desenvolvidas quanto em desenvolvimento, que veem no mercado de carbono uma oportunidade para gerar recursos e proteger ecossistemas, especialmente florestas com alta capacidade de captura de carbono.
Embora comemorada, a aprovação do mercado global de carbono gerou críticas de especialistas que temem que ele facilite a manutenção de emissões elevadas por grandes poluidores. O mecanismo, segundo esses críticos, poderia priorizar soluções econômicas e acessíveis sem promover mudanças substanciais nos níveis de emissão locais. No entanto, representantes da ONU e do Brasil destacaram a relevância do mercado como um passo crucial para financiar ações ambientais, apesar das lacunas a serem preenchidas nas metodologias e na transparência.
A decisão também foi vista como positiva por organizações ambientais e pesquisadores, que destacaram o potencial para impulsionar iniciativas como a restauração florestal e fortalecer políticas climáticas. No Brasil, a implementação do mercado nacional de carbono, aguardando sanção presidencial, ocorrerá em paralelo ao novo mercado internacional, prometendo avanços na luta contra as mudanças climáticas e na preservação ambiental.