As projeções de inflação para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 continuam a subir, segundo o relatório Focus do Banco Central. A mediana das estimativas passou de 4,62% para 4,64%, superando o teto da meta estipulada em 4,50%. Essa alta já é observada há sete semanas consecutivas e reflete um aumento em relação à previsão do mês anterior, que era de 4,50%. Para o ano seguinte, a projeção de 2025 também subiu, de 4,10% para 4,12%, ficando mais próxima do teto da meta, de 4,50%, do que do centro da meta, de 3%.
Em relação a 2026, a mediana da projeção de inflação subiu novamente, passando de 3,65% para 3,70%, o que marca a terceira alta consecutiva. Para 2027, a estimativa se manteve estável em 3,50%, sem variações nas últimas 72 edições do relatório Focus. O Comitê de Política Monetária (Copom) aponta o segundo trimestre de 2026 como o horizonte relevante para as decisões de política monetária, com expectativa de que o IPCA esteja em 3,60% nesse período, considerando um cenário com a Selic e o dólar projetados para os próximos anos.
No cenário de referência do Banco Central, espera-se que o IPCA de 2024 termine em 4,60%, com uma desaceleração para 3,90% em 2025. Essas projeções refletem as expectativas do mercado sobre a evolução da economia brasileira e os desafios enfrentados na condução da política monetária, especialmente com a introdução da nova meta contínua de inflação, que será avaliada com base no IPCA acumulado em 12 meses. Caso o índice ultrapasse os limites de tolerância por seis meses consecutivos, o Banco Central poderá ser considerado por não cumprir a meta.