As bolsas de valores da Europa encerraram a semana em queda, pressionadas pelas expectativas frustradas em relação às recentes medidas de estímulo econômico da China, que ficaram aquém das projeções do mercado. Setores como mineração e bens de luxo, fortemente dependentes da demanda chinesa, foram os mais afetados. Mineradoras como Glencore e Rio Tinto registraram perdas expressivas, assim como as grifes de luxo LVMH e Hermès, impactadas pela fraca demanda no mercado chinês.
A decisão do governo chinês de anunciar um pacote de estímulos considerado modesto pelos analistas teve efeito direto no mercado europeu, que esperava ações mais robustas. A economista Kathleen Brooks, da XTB, destacou que a iniciativa provavelmente não será suficiente para impulsionar o crescimento econômico chinês, o que trouxe um sentimento de decepção ao mercado. A queda na cotação do minério de ferro em Cingapura também contribuiu para o mau desempenho do setor de mineração, enquanto no setor de luxo, a Richemont viu suas ações caírem após anunciar uma leve retração nas vendas anuais no mercado chinês.
No panorama geral das principais bolsas europeias, o índice FTSE 100, de Londres, fechou a sexta-feira em baixa de 0,84%, enquanto o CAC 40, de Paris, e o DAX, de Frankfurt, registraram quedas de 1,17% e 0,81%, respectivamente. O índice PSI 20, de Lisboa, foi o único a destoar, com alta de 0,61%, impulsionado pela recuperação da EDP. No entanto, o fechamento semanal das bolsas refletiu um cenário de incerteza econômica, agravado pela crise política na Alemanha e pelas dúvidas sobre a efetividade dos estímulos econômicos anunciados pelo governo chinês.