A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, levando-a a 11,25% ao ano, foi amplamente esperada pelo mercado, que considera o comunicado do Banco Central como neutro para os movimentos de juros no curto prazo. Embora alguns ajustes possam ocorrer nos vértices mais curtos, a expectativa geral é de estabilidade na curva de juros, com a decisão do Copom sendo vista como uma continuidade de sua estratégia anterior.
No entanto, profissionais do mercado ressaltam que a atenção está voltada para outros fatores externos e internos que podem impactar os juros futuros, especialmente após a vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA, declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o pacote fiscal e a aguardada decisão do Federal Reserve sobre sua taxa de juros. Essas variáveis tendem a ter um impacto mais significativo na curva de juros, particularmente nos prazos mais longos.
Especialistas acreditam que o aumento de 0,5 ponto percentual já estava precificado no mercado, e a expectativa é de um novo aumento semelhante na próxima reunião do Copom, salvo mudanças relevantes no cenário econômico. Em relação ao pacote fiscal do governo, que deve ser anunciado nos próximos dias, o mercado espera que as novas medidas possam influenciar diretamente a curva de juros, especialmente nos vencimentos mais longos, dependendo da extensão do impacto fiscal no país.