O mercado de venture capital no Brasil experimentou um crescimento expressivo até 2021, alcançando um volume recorde de R$ 50 bilhões em investimentos, impulsionado pela queda nas taxas de juros. Esse movimento trouxe grande visibilidade ao país no cenário global de venture capital, fomentando novos empreendedores e empresas. Contudo, o ritmo acelerado de aportes gerou distorções, como avaliações inflacionadas e empresas não preparadas para absorver os investimentos recebidos, além de práticas oportunistas e crescimento desordenado.
Com a alta das taxas de juros, os fundos começaram a revisar seus portfólios, identificando problemas em empresas que, apesar de grandes aportes, não conseguiram comprovar a viabilidade de seus modelos de negócios. Essa fase de correção, iniciada em 2022, resultou em uma reavaliação rigorosa das estratégias de investimento e em uma mudança na mentalidade dos participantes do mercado. A ênfase passou a ser em modelos de negócios sustentáveis e empreendedores comprometidos com o longo prazo.
Atualmente, o setor passa por um amadurecimento, com maior seletividade por parte dos investidores e foco em negócios sólidos. Apesar dos desafios recentes, o mercado de venture capital continua promissor e desempenha um papel relevante na economia brasileira, beneficiando-se das características locais favoráveis à inovação e ao empreendedorismo. Essa fase de ajustes representa um passo importante para consolidar uma base mais estável e sustentável para o futuro.