O mercado brasileiro de cannabis medicinal registrou um crescimento expressivo em 2024, alcançando R$ 853 milhões, um aumento de 22% em relação ao ano anterior. Esse crescimento está diretamente ligado ao aumento do número de pacientes em tratamento, que passou de 431 mil em 2023 para 672 mil em 2024. Esse avanço também é impulsionado pela diversidade de produtos regulamentados disponíveis no mercado, com mais de 2.180 itens diferentes, como óleos, cápsulas e sprays, além da maior participação de empresas internacionais no setor.
A regulamentação e os canais de distribuição também evoluíram, com três principais formas de acesso aos medicamentos: importação direta, farmácias e associações. Embora a importação ainda seja a principal via, as farmácias têm ganhado espaço, oferecendo medicamentos de cannabis diretamente no Brasil. As projeções indicam que o mercado deve continuar a crescer, com estimativas apontando para a marca de R$ 1 bilhão até o final de 2025, impulsionado pela melhoria na estrutura regulatória e pelo aumento da demanda.
No Brasil, o uso do canabidiol (CBD) e do tetrahidrocanabinol (THC) é aprovado para fins medicinais e tem mostrado eficácia no tratamento de diversas condições, como epilepsia e quadros de enrijecimento muscular após acidentes vasculares cerebrais e traumas. O canabidiol é amplamente utilizado como anticonvulsivo e analgésico, enquanto o THC tem efeito estimulante e é indicado para quadros mais graves. A distribuição no Sistema Único de Saúde (SUS) de São Paulo, com a inclusão do CBD, busca ampliar o acesso a esses tratamentos, que, no entanto, ainda enfrentam custos elevados, especialmente para quem adquire medicamentos por via privada.