O mercado de cannabis no Brasil, ainda aguardando regulamentação, tem o potencial de gerar pelo menos 328 mil empregos, segundo estimativas da Kaya Mind. A ExpoCannabis, realizada em São Paulo, destaca a crescente importância do setor, especialmente a cannabis medicinal, com evidências de seu impacto positivo em tratamentos de saúde, como no caso de pacientes com doenças neurológicas. Associações como a Santa Cannabis desempenham um papel fundamental não apenas no fornecimento de medicamentos, mas também na promoção de pesquisas e no fortalecimento de redes de apoio àqueles em busca de alternativas terapêuticas. Além disso, esses grupos têm contribuído para a criação de empregos, tanto no cultivo quanto na distribuição de produtos canábicos.
Outro setor em expansão é o de tecnologia, que oferece ferramentas para aprimorar a gestão de processos dentro do mercado canábico. Empresas como a Complysoft, que desenvolvem sistemas para controle de qualidade e gestão de documentos relacionados à cannabis, estão ajudando a profissionalizar o segmento e abrir novas oportunidades de emprego para profissionais de TI. Embora o mercado já esteja consolidado em países como Uruguai e Paraguai, o Brasil enfrenta desafios devido ao preconceito e ao tabu em torno da planta. Contudo, especialistas da área acreditam que esses obstáculos estão sendo superados à medida que cresce a conscientização sobre os usos médicos e terapêuticos da cannabis.
Além das iniciativas de capacitação e apoio a empregadores, como as oferecidas pela plataforma Cannabis Empregos, o setor também está atraindo profissionais em busca de qualificação no mercado canábico. A plataforma anuncia vagas de emprego, estágio e oportunidades para freelancers, além de promover mentorias e capacitação para aqueles que desejam se inserir na indústria. O desenvolvimento do mercado de cannabis, que abrange desde a produção até a distribuição e o atendimento ao paciente, continua a mostrar seu potencial de crescimento no Brasil, ao mesmo tempo em que enfrenta desafios relacionados ao estigma social e à falta de regulamentação clara.