Os juros futuros no Brasil registraram queda significativa de mais de 20 pontos-base nesta segunda-feira, impulsionados por expectativas de um pacote de contenção de despesas a ser anunciado pelo governo federal ainda nesta semana. O cancelamento da viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à Europa, para tratar de questões internas, aumentou a percepção de urgência do governo em relação ao controle fiscal. Esse movimento contribuiu para uma diminuição nas taxas de juros, mesmo que ainda haja dúvidas sobre a capacidade do governo de gerenciar os gastos.
O mercado iniciou os ajustes desde a abertura, com a percepção de que o governo estaria mais empenhado em enfrentar os desafios fiscais. Especialistas ressaltaram que, apesar da queda nas taxas, a preocupação com o risco fiscal ainda persiste. A atitude de Haddad, ao priorizar o cenário doméstico a pedido do presidente, reduziu a impressão de desarranjo político e deu sinais de que há um esforço para recuperar a confiança dos investidores.
O cenário internacional também favoreceu a queda dos juros no Brasil, com alívio nos rendimentos dos Treasuries e na valorização do dólar. Pesquisas recentes apontando chances crescentes de vitória da candidata Kamala Harris nas eleições dos Estados Unidos geraram um ambiente de maior tranquilidade nos mercados externos, o que contribuiu para a movimentação positiva dos juros futuros brasileiros.