O governo federal está finalizando os detalhes do aguardado pacote de cortes de gastos, cuja divulgação está prevista para o início da próxima semana, entre segunda (25) e terça-feira (26). O ministro da Fazenda afirmou que as medidas já estão praticamente prontas, dependendo apenas de ajustes finais que serão discutidos com o presidente no início da semana. Entre os desafios, o governo enfrenta a necessidade de bloquear cerca de R$ 5 bilhões nas contas públicas e busca equilibrar o orçamento sem alterar a meta fiscal estabelecida.
Grande parte das propostas foi previamente compartilhada com lideranças políticas, incluindo presidentes da Câmara e do Senado. O objetivo principal do pacote é fortalecer o arcabouço fiscal e promover a sustentabilidade das contas públicas, além de contribuir para um cenário econômico mais favorável, com redução de juros e crescimento dentro da meta de inflação. Apesar disso, o mercado financeiro reage com cautela, refletindo no recuo do Ibovespa, que fechou em baixa nesta quinta-feira, influenciado também pelo desempenho de grandes bancos.
As discussões sobre o pacote já se arrastam há semanas e enfrentam resistência em pontos como alterações nos benefícios sociais e nos pisos de saúde e educação, medidas que encontram pouca adesão no governo. Para mitigar irregularidades, uma das propostas inclui a exigência de biometria e maior rigor na atualização de cadastros sociais. Especialistas do mercado projetam economias entre R$ 10 bilhões e R$ 50 bilhões, mas a dispersão das estimativas reflete o grau de incerteza sobre os impactos efetivos das medidas, que são vistas como cruciais para ancorar expectativas fiscais e garantir o cumprimento do novo marco fiscal.