Os juros futuros fecharam em alta significativa, impulsionados pela incerteza sobre a divulgação do pacote de corte de gastos pelo governo. O ministro da Fazenda, que estará em viagem à Europa, gerou preocupações no mercado, levando as taxas a superarem 13%. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026, por exemplo, subiu de 12,80% para 13,08%, refletindo a pressão adicional do dólar, que encerrou o dia em R$ 5,8694, o maior valor desde a pandemia.
O mercado está em expectativa quanto ao anúncio do pacote, que deveria ter ocorrido após as eleições, mas até o momento não há sinalizações claras. Especialistas indicam que as propostas podem estar prontas, dependendo apenas da aprovação do presidente. No entanto, a falta de urgência governamental tem causado um aumento na incerteza econômica, levando a temores de uma possível desaceleração no investimento e no consumo.
Além disso, o cenário fiscal instável tem gerado reflexos nas expectativas de inflação, com a curva de juros precificando uma Selic terminal acima de 13,5%. A próxima semana será crucial, com eventos importantes, incluindo a eleição americana e reuniões de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. O desempenho do mercado também foi influenciado por dados econômicos recentes, como o fraco relatório de emprego nos EUA, que, apesar de um respiro inicial, não impediu a alta dos rendimentos dos títulos.