Em mensagens analisadas pela Polícia Federal, militares da reserva discutiram abertamente a possibilidade de um golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. Entre os documentos analisados, destaca-se um áudio em que um oficial da reserva sugere que a insurgência fosse realizada antes da posse do presidente eleito, aproveitando o apoio popular de manifestantes concentrados em Brasília e em outros pontos do país. O militar argumentou que o momento era urgente, alertando que a não intervenção poderia agravar a situação e resultar em um conflito maior no futuro.
No áudio, o militar defende uma ação que violaria a Constituição, enfatizando a necessidade de seguir a vontade das pessoas nas ruas e ultrapassar os limites democráticos. Ele sugere que a situação exigiria uma ação imediata para evitar o fortalecimento dos adversários políticos e garantir que a oposição não tivesse tempo para se organizar. O oficial manifesta, ainda, seu desejo de comunicar diretamente com líderes políticos envolvidos para pressionar por uma resposta rápida, indicando um grau de desespero diante da falta de ação.
Esse episódio é investigado pela Polícia Federal no contexto de tentativas de destabilizar o processo eleitoral e de enfraquecer o novo governo. As mensagens indicam que, além da pressão pública, houve tentativas de mobilizar setores militares para uma ação mais coordenada, refletindo uma crise de confiança nas instituições democráticas e uma tentativa de contornar os resultados das urnas. A investigação segue para identificar as conexões e possíveis consequências dessa movimentação.