Mensagens recuperadas pela Polícia Federal revelam que, mesmo após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, aliados do ex-presidente continuaram articulando com membros das Forças Armadas para tentar implementar um golpe de Estado. De acordo com as investigações, o tenente-coronel Mauro Cid e outros militares próximos ao ex-presidente estavam cientes de planos para uma ação ainda não concretizada. As mensagens indicam que o objetivo era obter apoio do Exército para desestabilizar o governo recém-empossado.
Uma conversa entre militares revelou que, em uma reunião com Bolsonaro e outros líderes militares, o então presidente teria assinado um documento que visava a execução do golpe, mas este foi posteriormente rasgado por alguns dos oficiais presentes. Essa informação foi compartilhada por um dos interlocutores com o tenente-coronel Cid, que, segundo a Polícia Federal, ajudou a disseminar o conteúdo e a obter adesões de outros militares ao movimento golpista. A PF aponta que Cid e outros envolvidos tentaram pressionar o Alto Comando do Exército para apoiar suas ações.
Além disso, as investigações sugerem que o ex-presidente Bolsonaro tinha ciência das movimentações golpistas e que o almirante Garnier, então comandante da Marinha, também se mostrou favorável ao plano. A PF conclui que a atuação desses militares foi deliberada, com o intuito de incitar uma ruptura democrática, o que coloca em dúvida a imparcialidade das Forças Armadas em relação à preservação do regime democrático no Brasil.