Uma reportagem revelou que crianças e adolescentes têm se destacado nas redes sociais, principalmente no Instagram e TikTok, ao promover cursos de afiliados e alegar lucros mensais elevados. Através dessas plataformas, os menores de idade afirmam ganhar quantias que chegam a R$ 100 mil por mês, o que inclui a exibição de prêmios como cestas de alimentos e bebidas alcoólicas, como espumante. Essas postagens geraram preocupações sobre a exposição indevida desses jovens e sobre a possível desvalorização da educação formal.
O caso envolve plataformas de marketing afiliado como Kiwify e Cakto, que, embora tenham políticas claras sobre a proibição de menores de idade em seus serviços, foram questionadas sobre o envio de brindes para crianças. A Kiwify, em particular, afirmou que irá revisar seus processos operacionais para evitar que situações semelhantes ocorram novamente, e a Cakto declarou que suspende as contas de menores de idade identificadas. No entanto, o envolvimento de menores nessas práticas levanta questões sobre a legalidade e ética de suas ações, já que o trabalho infantil é restrito por lei no Brasil.
Além das questões legais, especialistas alertam para os riscos que esses conteúdos impõem, tanto para as crianças que os produzem quanto para aquelas que os consomem. A participação de menores em atividades comerciais nas redes sociais sem a devida supervisão pode ser considerada uma forma de exploração e um incentivo ao trabalho precoce, sem a devida proteção jurídica. As autoridades também estão atentas ao possível uso indevido dessas plataformas para práticas fraudulentas, o que coloca em evidência a necessidade de maior fiscalização e regulamentação sobre o tema.