Um caso envolvendo suspeita de injúria racial em Itabuna, sul da Bahia, gerou grande repercussão. Um médico obstetra foi acusado de proferir comentários racistas durante uma auditoria na Maternidade Otaciana Pinto, em fevereiro. A auditora, uma mulher negra, relatou que o médico fez declarações depreciativas ao sugerir que sua pele bonita seria resultado de “sangue branco.” A delegada responsável pelo caso descreveu as frases como indiscutivelmente ofensivas e relacionadas ao histórico racial da vítima.
O médico foi preso em flagrante na ocasião, mas conseguiu liberdade mediante pagamento de fiança, após audiência de custódia. No entanto, ele voltou a ser preso no fim de outubro para o cumprimento de uma sentença judicial. Desde o início, a defesa negou qualquer intenção discriminatória, alegando que o comentário do médico era um elogio geral feito a um colega e que nunca foi dirigido diretamente à auditora.
Nesta segunda-feira, a Justiça concedeu habeas corpus ao médico, o que permitirá que ele aguarde em liberdade enquanto o caso segue em tramitação. A advogada de defesa afirmou que a decisão também amplia o prazo para recursos, desconsiderando a sentença anterior. O caso segue sendo investigado, com detalhes ainda em análise pelas autoridades.