O médico legista de Curitiba e Joinville, responsável por elaborar laudos de violência física e sexual, se encontra sob investigação após fazer declarações públicas alegando que muitas denúncias de violência doméstica seriam falsas. A Polícia Científica do Paraná abriu um processo administrativo disciplinar contra o profissional, que também é alvo de uma medida protetiva por ofensas contra uma ex-mulher. A medida foi emitida em agosto de 2024, quando a mulher relatou episódios de violência psicológica e negligência, incluindo situações em que o ex-companheiro se ausentava enquanto o filho do casal necessitava de cuidados médicos urgentes.
Além das acusações de violência doméstica, a filha do médico, que também decidiu cortar relações com ele após anos de abuso psicológico, trouxe à tona episódios de agressividade e manipulação. Ela contou sobre ameaças veladas e comportamentos agressivos, incluindo o uso de metáforas violentas e episódios de coação. A relação da filha com o pai foi marcada por conflitos intensos, que culminaram em decisões judiciais que restringiram o contato entre eles. A mulher também relatou atitudes misóginas do médico, incluindo declarações públicas depreciativas sobre as mulheres.
A investigação sobre as declarações do médico legista, que minimizou a gravidade de denúncias de violência doméstica, ocorre em um contexto de crescente preocupação com a violência contra a mulher no Paraná, onde os casos aumentaram significativamente nos últimos anos. As declarações do profissional têm gerado repercussão negativa, especialmente considerando seu papel como perito na avaliação de casos de violência. A Polícia Científica do Paraná segue apurando o caso, enquanto a sociedade debate a importância de respeitar e proteger as vítimas de violência doméstica e sexual.