Dados do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) indicam uma redução significativa no desmatamento da Mata Atlântica no primeiro semestre de 2024, com uma queda de 55% em relação ao mesmo período de 2023. De janeiro a junho de 2024, foram desmatados 21.401 hectares, comparados aos 47.896 hectares do ano anterior. A Fundação SOS Mata Atlântica, que divulgou os números em parceria com o MapBiomas, atribui essa diminuição ao fortalecimento das políticas públicas ambientais, incluindo a intensificação da fiscalização e o uso de embargos remotos para impedir a comercialização de áreas desmatadas ilegalmente.
Apesar da redução, a Fundação alerta que o impacto do desmatamento ainda é preocupante, especialmente considerando que a Mata Atlântica é um bioma extremamente fragmentado e ameaçado. A área destruída nos primeiros seis meses de 2024 equivale a cerca de 20 mil campos de futebol, e a meta de zerar o desmatamento, embora viável, continua sendo um grande desafio. Embora o desmatamento tenha diminuído tanto na região contínua da Mata Atlântica quanto em seus fragmentos – conhecidos como encraves –, a conservação do bioma depende de um esforço contínuo de fiscalização, punições para crimes ambientais e o apoio a iniciativas de restauração florestal.
Além do desmatamento, as queimadas também representam uma ameaça considerável à Mata Atlântica, contribuindo para a degradação da floresta e o aumento das emissões de gases de efeito estufa. Embora as queimadas não impliquem diretamente em desmatamento, elas podem prejudicar áreas já fragmentadas, dificultando sua recuperação. Para reverter esse cenário, especialistas defendem uma abordagem mais rigorosa no controle de incêndios e a implementação de incentivos econômicos para a preservação e restauração da floresta, como o pagamento por serviços ambientais e o uso de mercados de carbono.