Durante sua visita à América do Sul para a cúpula do G20, o presidente da França, Emmanuel Macron, reafirmou o apoio à agricultura nacional e anunciou que o país não assinaria o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Macron mencionou a preocupação do presidente argentino, Javier Milei, sobre os impactos do tratado na reindustrialização da Argentina e na agricultura francesa, em um momento em que cresce a resistência dos agricultores franceses. Eles veem o acordo como uma ameaça a seus interesses, organizando protestos e bloqueios em rodovias por todo o país, com apoio de entidades como a Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas e os Jovens Agricultores.
Em resposta ao descontentamento dos produtores franceses, o Carrefour, grupo varejista francês, anunciou que interromperia as importações de carne do Brasil. A decisão foi tomada após ouvir as preocupações de produtores locais, que temem a concorrência desleal e a possível desvalorização de seus produtos. A medida afetou diretamente os frigoríficos brasileiros, que suspenderam o fornecimento de carne para o Carrefour, causando impactos em cerca de 150 lojas no Brasil, com previsões de desabastecimento em até três dias. Embora a rede tenha negado a possibilidade de desabastecimento, não comentou oficialmente sobre a suspensão das entregas.
Além disso, a decisão do Carrefour gerou reações, como a de entidades do setor hoteleiro e de restaurantes, que começaram a boicotar a empresa em apoio aos produtores do Mercosul. O ambiente de tensões comerciais e políticas se reflete tanto no descontentamento de agricultores europeus quanto nas mudanças nas dinâmicas comerciais entre os dois blocos econômicos, ressaltando o impacto que o acordo pode ter sobre as relações comerciais internacionais e os setores agrícolas envolvidos.