Durante sua visita ao Chile, o presidente francês Emmanuel Macron ressaltou o acordo renovado entre o Chile e a União Europeia (UE) como um modelo de associação eficaz e equilibrado. Em um encontro com o presidente Gabriel Boric, Macron elogiou o acordo, que promove a livre-comércio e inclui cláusulas sobre clima, biodiversidade e igualdade de gênero. Segundo Macron, o pacto reflete uma nova geração de acordos comerciais que respeitam os interesses de ambas as partes e devem servir de inspiração para futuras negociações, incluindo o tratado entre a UE e o Mercosul, que ainda está em discussão.
No entanto, Macron continua crítico à proposta de um tratado de livre-comércio entre a UE e o Mercosul, particularmente em relação às questões ambientais e sanitárias. A França, juntamente com outros países da UE como Alemanha e Espanha, manifestou preocupações sobre o impacto do acordo, temendo a concorrência desleal de produtos agrícolas, especialmente carne, proveniente de países como Brasil e Argentina. Macron argumenta que a entrada de produtos sem as rigorosas normas europeias de proteção ambiental e de saúde pode prejudicar os agricultores franceses, que já enfrentam desafios internos.
O acordo entre Chile e UE, assinado originalmente em 2002 e renovado no final de 2023, visa fortalecer a integração comercial e promover a redução de tarifas sobre 99% das exportações chilenas para a Europa. A renovação do tratado também aborda questões de igualdade de gênero, com ambas as partes comprometendo-se a eliminar a discriminação contra as mulheres. O presidente chileno Boric, por sua vez, expressou o desejo de acelerar a ratificação do acordo no parlamento francês, destacando a importância do pacto para as relações entre os dois países.