Milhares de pessoas se reuniram para prestar suas últimas homenagens a Dom José Luís Azcona, bispo emérito do Marajó, que faleceu aos 84 anos em Belém após uma batalha contra o câncer no pâncreas. O sepultamento ocorreu na Catedral de Nossa Senhora da Consolação, em Soure, na Ilha do Marajó, com missas, cortejos e gestos de carinho, como flores e cartas deixadas pelos fiéis. Autoridades locais e admiradores destacaram sua dedicação à causa dos direitos humanos durante as cerimônias, marcadas por grande emoção.
Dom Azcona, conhecido por sua atuação na luta contra o tráfico humano e o abuso sexual de crianças e adolescentes no arquipélago do Marajó, foi reconhecido internacionalmente por seu trabalho. Desde sua chegada ao Brasil na década de 1980, ele enfrentou ameaças de morte e destacou-se na denúncia de graves violações de direitos na região. Sua atuação foi decisiva para a criação da CPI da Pedofilia e na conscientização sobre questões sociais e humanitárias no Pará, sendo considerado um símbolo de resistência e justiça.
O governo do Pará decretou luto oficial de três dias em sua memória. Dom Azcona deixa um legado de coragem e compromisso com os mais vulneráveis, tendo dedicado mais de três décadas à defesa dos direitos humanos na região. Seu falecimento foi recebido com profunda comoção, e sua trajetória segue inspirando movimentos e ações voltadas à proteção da dignidade humana.