O presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs a realização de um referendo em regiões da Ucrânia ocupadas pela Rússia, sugerindo que essa seria uma forma mais democrática e justa de decidir a soberania desses territórios. Lula argumentou que, ao invés de continuar o conflito, a consulta popular permitiria que os cidadãos locais escolhessem com quem desejam se unir, destacando a simplicidade e a justiça de tal abordagem. A proposta surge em um contexto onde a Rússia já realizou referendos em quatro regiões ucranianas em setembro de 2022, os quais foram amplamente criticados pela comunidade internacional e considerados ilegítimos pelos EUA e pela Ucrânia.
Durante a entrevista, Lula também mencionou a importância do diálogo entre os presidentes da Ucrânia e da Rússia, afirmando que é possível buscar soluções pacíficas. Ele ressaltou a proposta de paz que Brasil e China apresentaram, que inclui seis pontos de negociação. No entanto, Lula observou que tanto os líderes ucraniano quanto russo ainda não demonstraram disposição para se encontrar e discutir um possível acordo.
Além disso, Lula criticou o papel da ONU e do Conselho de Segurança, apontando que a falta de interlocução e de credibilidade nas discussões tem dificultado a resolução do conflito. Ele enfatizou que o Brasil se posiciona como um mediador neutro e está disposto a participar de diálogos que busquem uma solução pacífica, reafirmando a intenção de não se envolver em conflitos armados, mas sim de facilitar o entendimento entre as partes envolvidas.