O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que cancelasse uma viagem marcada para a Europa, a fim de evitar um ambiente de especulação em meio à instabilidade no mercado financeiro. Com a moeda norte-americana atingindo o maior valor desde a pandemia, Lula busca garantir que a proposta de cortes de gastos, que vem sendo aguardada pelo mercado, seja finalizada de forma robusta e eficiente antes de qualquer movimentação internacional do ministro. Apesar da pressão sobre a equipe econômica, Lula optou por não comentar as decisões tomadas.
A necessidade de apresentar um plano de sustentabilidade fiscal é urgente, segundo membros do governo, que há meses discutem medidas para abordar a preocupação com as contas públicas. Haddad, que tem sido pressionado por investidores e analistas, acredita que as especulações sobre a situação fiscal do Brasil devem ser tratadas com seriedade. A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, havia se comprometido a apresentar uma proposta abrangente para controlar os gastos, mas o mercado ainda considera as ações até agora insuficientes.
Em encontros com outros membros do governo e senadores, Haddad busca apoio para uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que contemple as medidas estruturais necessárias para enfrentar o crescimento das despesas. A articulação política com o Congresso, crucial para a implementação das propostas, só deve se intensificar quando o texto estiver consolidado. A expectativa é de que as novas medidas sejam apresentadas ainda em novembro, respondendo às demandas por responsabilidade fiscal e ajustes orçamentários.